Filed under: Samsara
Revisite seus sentimentos, revisite-os, garoto.
Revisite as noites em que você não conseguia dormir pois o sono era tentador demais e a tentação ainda era a imagem de uma criança que invejava o brinquedo alheio, era uma alegoria estúpida de sua velha mãe que nunca aprendeu alguns elementos da narrativa e até hoje sente a dificuldade de se provar diante de você, um monstro incompleto porém tão excruciantemente abarrotado de informações que as conclusões são seu comércio, que os princípios são suas especialidades, enquanto o decorrer e os fins são seus martírios e abnegações. Firme, filho, firme nesse barco que vira, tenha firmeza em seus pulsos, tenha fé na corda e na vela e no vento e na água e nas miragens de navios fantasmas que talvez apareçam para nos redimir perante os crimes universais que cometemos. Crimes cuja gorda culpa atravessa as gerações como a lança das doenças. Quem sabe eles, quem sabe os fantasmas sairão devagar de seu recinto de madeira apodrecida, o cheiro de maçãs velhas espreitando de dentro de algum órgão moribundo, todo o amarelo da urina, da cárie, do catarro, da loucura, todo esse amarelo se desfazendo em uma aura inexplicavelmente íntima. Quem sabe, no odor da morte nos veremos. E seremos perdoados.
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Juro, Major, não fui eu que tomei os remédios, eu sei que não eram para mim, não fui eu. Por mais que o senhor queira esmagar-me com seu peso burocrático, peso de estrelas de metal, não posso simplesmente dizer que foi minha garganta que se abriu e permitiu que os últimos pedaços daqueles tabletes de morfina entrassem em meu corpo, entrassem e deixassem-me livre de ser a dor que sinto. Não poderia fazer isso, mesmo que quisesse. Sim, o senhor sabe que sinto dores, que eu sou dores e que nós nos casamos e temos luas-de-mel e divórcios. Mas não posso me livrar delas assim, não assim. Não tomei a morfina. O senhor deveria, Major, o senhor deveria olhar embaixo das camas, dentro das gavetas, no fundo dos bolsos, nas quinas dos armários, talvez lá estivessem – os homens por si só não são bons esconderijos. Exceto quando se escondem dentro de si e então excercem o gênio dos ratos. Mas perdão, Major, perdão por ser alguém que pode se tornar suspeito. Perdão por ser alguém.
*
Era outono e eu não gostava mais de procurar lagartas nas folhas caídas. Eu não devia ter nem 7 anos, mas já havia visto meninos nus – eu era uma menina muito alegre que gostava de ver meninos nus. Os meus brinquedos, eles não eram brinquedos, eles eram um mundo, como o mundo que minha madrasta desenhava na sua prancheta, aquele imensa prancheta de desenho onde ela criava quartos, cômodos, salas, banheiros. Eu tinha minhas bonecas e eu as desvestia, eu tinha meus bonecos e eu os deixava nus, depois os travestia com as roupas do outro sexo. Era esse tipo de criança que eu era. Às vezes eu esfregava os bonecos, como se eles tivessem genitália. Gostava de humilhar meu colegas de sala, eles apenas eram gordos e sempre tinham o nariz escorrendo, crianças gordas cheias de facilidades e de um óleo que as tornava insuportavelmente difíceis de tocar. Eu tinha aqueles meus brinquedos e forçava os meus colegas a brincarem naquele circo de perversão. Lembro que sorria muito e achava que minha casa seria também um circo de perversão. Na última vez que brinquei antes de terem me trocado de escola pela terceira (ou seria quarta) vez, eu chamei um deles atrás dos sofás, um moreno, o mais gordo de todos e eu mandei que ele tirasse a calça, senão eu ia deixar ele nu na frente de todo mundo de qualquer jeito. Tremendo horrivelmente e com lágrimas represadas em olhos esbugalhados, ele abaixou a calça e vi que ele não tinha um pênis. Ele tinha alguma doença, não sei, ou era algo realmente extremamente pequeno: ele não tinha nada onde deveria haver seu pênis. Eu ri numa surpresa boba e disse que ele era uma menina a partir de agora, e que eu iria vestí-lo como uma. Os pais dele foram o motivo de eu ter de mudar de colégio de novo, e depois de cidade. Assim como as lagartas, esqueci as bonecas antes do próximo outono.
*
Não podia suportar o cheiro de cigarro que o gaúcho exalava. Ele sempre passeava pela sala do apartamento com o cigarro preso no canto da boca, andando de cueca para lá e para cá, e eu nada mais queria do que não estar ali. Não era minha índole sentar e ler os grandes mistérios, as verídicas e insolucionáveis repetições de dúvidas, as quais nos capturam e nos põem em sofás, poltronas, camas e bibliotecas – como macacos em jaulas, como cobaias tomando antibióticos e antidepressivos: é isso o que as perguntas fazem conosco, e é por isso que fazemos o mesmo com os animais. Mas eu estava quase me rendendo aos livros mais magnéticos, aos escritos de homens doentes, em edições bregas, com capas coloridas e sem estética, tentando desfazer o cheiro, tentando me encontrar no branco do papel e no peso da letra. Mas nada escondia: o problema era o gaúcho. Ele fedia, aquele merda. Não aguentava mais ter de dividir o apartamento e aguentar a nojeira que se instalava, como um líquen que lentamente se sedimenta e logo se transforma naquilo que passou a usar como base: a simbiose da sujeira, do nojo, da ojeriza: a simbiose asquerosa dos homens com seus dejetos, suas exclusões. Não havia página que servisse de refúgio, não havia como ignorar. Escondi, sorrindo, os seus cigarros um dia. Ele ficou louco, louco, e eu disse, escondi aquela merda e quero ver você achar, seu veado fedorento. Ele procurou, até ficar irritado, muito irritado. Veio e ameaçou bater em mim, depois me deu um soco com a mão direita, a mão direita imensa e de mármore. Cai rindo, rindo em convulsões no chão. Cuspi sangue e um dente nos pés dele e continuei rindo como uma hiena que desiste da presa, mesmo ela já morta. Ele disse: você está doido!! seu filho da puta!! e saiu de cueca mesmo para ir comprar mais cigarro na banca de revistas na esquina. Ouvi, pela janela aberta da sala, alguém gritar “vai se vestir, sua bicha maluca!”. Ele demorou o bastante para que eu partisse. Levei apenas minha carteira e a chave do apartamento e do meu fusca. Deixei meu quarto trancado e decidi só voltar para lá quando me desse vontade. Dormi no carro por uma semana. Quando voltei ele tinha arrombado a porta do meu quarto e jogado tudo fora, ou mesmo roubado. Ele tinha ido embora, parece que largou a faculdade e voltou pro Rio Grande. Foda-se, aquele veado. Foi ai que eu comecei a fumar.
Filed under: Poesia
quando primeiro começamos
e ainda não somos
essa cascata de saudades
e perguntamos, exaustos
– como é que se diz as horas?
o labirinto desavisado
de nossos intestinos
absorvendo as preces
incautas
de nossos pais;
quando as cruzes
os corredores
os quartos de dormir
e o escuro, sobretudo –
sobretudo
o escuro
é o que persiste
ao prendermos a respiração
molharmos os lábios
os olhos premonitoriamente fechados
pelo medo de não saber
existir;
quando no espelho imaginamos
os dragões de nossos sonhos
as caravelas surpresas da nossa própria
américa do sul
e rezamos: “quando quando quando quando quando
quando
quando quando quando… QUANDO” —
lentamente escorremos
no conta-gotas dos dias
infantis.
e brincamos, com nossas perólas:
jogamos os jogos das pálpebras
que sabem que não vão dormir –
jogando as peças
de sangue e
plástico e
beleza
e arame
farpado
jogando
em cada vitória
vendo um artifício
misteriosamente ceder
ao microscópio
do critério:
por que é que temos
essa estranha fome
de querer machucar?
e por que não há nome
para o que sopra
faíscas
dentro de nós?
talvez
apenas na derrota
de outros quandos
no suco muitas vezes amargo
do envelhecer
na aniquilação
febril
da fantasia
resida
a possibilidade
íntima, última
espúria
de se nos desvendar:
quiçá aquilo que falta;
quiçá aquilo que finge;
ou somente aquilo
que não sabe
se um dia
saberá?
-Mineral-
O morno escuro de teus cabelos
cachoeira cálida
e calada
as insígnias pontuais
da mímica
magmática
a largura torácica
do berço
no qual me perco
e fico assim
minimalista:
criança inerme
que em seu verve
transpira;
a tua boca
de argila ardil
o arenito macio
dos teus pés —
o vulcânico afeto
cristalisado
no basalto
do nó das mãos.
Nosso asfalto alcança a lua
duas estradas que não são duas:
não há distância que não se destrua;
minha vida, a tua
rochas quentes
no sereno frio
da imensidão.
– Vegetal-
Sei que sonhas
nas celestes copas araucárias
ou talvez no alegre
rosa
do fruto da mangueira –
não há vergonha:
somos plantas
que invejam
o sacrifício da fogueira
medramos com o secreto
propósito
de nos incendiar.
Todavia
antes da papoula
que chora mas
entorpece
soubes-te tu do cacto
com seus acúleos
e sua finesse;
nada impede
ainda
que encontres
tua própria flor.
Somente um broto
como qualqer
outro
(embora aches
que o teu riso
absorto
seja disfarce
para a menina
que sabe demais)
tentas espinhos
porém mindinhos:
tens o amor.
Não sabes, pequena
mas em ti
há o amor.
O resto tanto faz.
-Animal-
“Queria sentir o cheiro, o cheiro doce
da terra quando recebe a chuva”
me disseste enquanto punhas as luvas.
E de repente te foste:
saímos quando as ruas ainda estavam molhadas
caminhando bêbados pela madrugada
os restaurantes protegidos pelas grades de metal
nossos corpos abertos como templos sem mal –
o inverno pequeno dentro de ambos.
De manhã fomos visitar os sebos
e colher os velhos livros empoeirados
e perguntamos ao senhor engraçado
onde ele havia comprado seus supensórios —
o cheiro tragicômico do papel amarelado.
O cheiro tragicômico e ilusório.
No dia anterior vimos um casório
e tu observavas sem dar um pio.
E quando explorávamos o bairro vazio
com as casas que exibiam cortinas
me olhavas tão repentina
que eu sabia: alguma minúcia
me espreitava
por trás da tua trava
de não conseguir me dizer
tudo aquilo que sempre queres dizer
tomada pelo receio, pela falta
de maldade e de astúcia;
tomada pela falta, pela falta, pela falta!
(A pergunta que tu me tinhas
era, talvez, também a minha
a qual também não pude
ali te fazer.)
Muitos anos depois, num carrosel
beijo-te ainda, depois do mel
que provaste no café
e giro no brinquedo, em pé
sabendo que o futuro nada mais é
do que outro brinquedo.
“Tenho medo”
me contaste um dia. Quem não teria?
Sabemos bem que a chuva estia
mesmo sobre um jardim tão grande.
Quanto mais podemos viver de nosso sangue?
Bem velho, de boina, irei para a praia
sob o olhar circunspecto das vizinhas
esperando encontrar um bom peixe para o almoço;
no caminho verei pernas e muitas saias
das meninas que beijam seus moços.
Mas antes da carne, imagino a vinha
que se estica na haste que fixamos:
de onde viemos e para onde vamos:
só nós sabemos o gosto das nossas uvas.
E de novo a chuva.
Sob o peso colossal da atmosfera
minha mão impaciente espera
como o ferido pela ambulância;
sombras passam e me entrego à ânsia:
“Bem-te-vi,
fala baixo, não deixes
que alguém nos veja aqui…”.
Afago tuas madeixas morenas
e temo mover um átomo que seja:
a galáxia nos é muita pequena
temo que alguém nos veja
por sermos justamente
o que não se pode ser visto:
não quero que os olhos nos tragam
para as terras onde não existo.
Sejamos discretamente
e vivamos como animais
em seu nicho:
em sua própria realidade
sorrateiramente reais
vivendo de cochichos
e de uma imensa vontade
de poder se amar em paz.
Filed under: Poesia
o azul que banha o céu o mar que não está tantas pontes que se esticam sem querer; a vida não liga enquanto as pernas procuram alguém para conversar. a chuva e o vento as folhas contra o cimento as sombras sem seus donos assim como somos também: se não há ninguém logo não há porque ser alguém. na sala de estar o medo sempre gosta de parar para um café de sentar enquanto os pés descansam sobre a mesa de centro. mas ele não é daqui não mora em qualquer lugar apenas fumaça e depois apaga apenas valsa um tanto lento de dois em dois em dois para depois se esquecer... com o sorriso e a ternura com o muro em ruínas e as crianças a brincar com aquela praça e sua única árvore despida da prudência do movimento da vontade de voltar com o postal na gaveta mais fechada e a liberdade silenciosa do último dia de verão o rio segue o sol e eu sigo o vôo da cotovia que insiste em não mover as asas em não viver distância quando galga o céu para, do alto vingar no azul e sorrir pensando em morrer no mar.
Filed under: Ensaios
E um dia vieram os prédios. Sobre a terra nua e repleta de vida as grandes setas de concreto armado se depositaram ferrenhas, rompendo a natureza e a superfície numa chuva de gigantes. De suas fundações submersas alastraram-se raízes imensas, inteligentes, sobrenaturais. Com o toque civilizador essas estruras correram toda a extensão da possível cidade, no seu percurso deixando calçadas, cercas, postes, hidrantes, esquinas. Aos poucos a urbe ganhou seu rosto.
Dentro dos apartamentos e habitações ordenava-se outro fiat: em cada cama naturalmente brotada do piso de cada casa celestialmente enviada apareceram humanos. Naturalmente, na sub-reptícia gênese, foi respeitado o importante valor da qualidade dos lençóis ali presentes, da maciez dos travesseiros, da altura do andar, da nobreza do bairro, etc. Em cada berço, em cada colchão, em cada pedaço de papelão, surgiu uma pessoa correspondente às características do seu local de sono.
Logo no primeiro despertar as pessoas estavam confusas, delirantes, pós-ictais. Os casais se entreolharam e não se conheciam mas entendiam que haviam sido criados juntos e, portanto, juntos ficaram. Ao ouvir o choro do bebê viram a necessidade da criança, também reconhecendo nos seus olhos a sua imagem e semelhança. Compreenderam que aquilo lhes pertencia.
Os jovens vagaram estúpidos até se depararem com a mão autoritária do pai, os cabelos confortáveis da mãe, o riso próximo do irmão. Eles compreenderam.
Logo, nas ruas as pessoas entraram em contato com as mais diversas variações de sua espécie. Sexos, cores, classes, tudo se encontrou. E viram que havia diferenças, então, e as respeitaram.
Notou-se, também, que para a recém acontecida origem, havia diferentes explicações e interpretações. Pouquíssimas evidências, decerto, afinal ninguém a presenciara, mas era evidente a necessidade por uma explicação, plausível ou não. Assim, houve aglomeração daqueles que concordavam, apesar de nada saber, e distanciamento entre aqueles que discordavam.
Era óbvio que tudo foi feito para estar no seu lugar, nada de mudanças, tudo sempre nos conformes, igual ao dia original. Cada um no seu canto, fazendo o que acha melhor ser feito: se em vantagem ou detrimento dos outros, pouco importa.
E é por isso que todos nós devemos passar a vida obedecendo a tradição e a autoridade, moldando-nos conforme nossos pais, líderes e santos, ignorando a individualidade, a razão, a educação e a liberdade. É pelo mundo ter surgido assim que temos de somente aceitar e nunca, nunca, nunca nos levantar para mudar qualquer coisa, por menor que seja, pois é naturalmente impossível haver mudança na merda da nossa sociedade.
– Assim vamos em frente, inventando histórias sobre porque tudo deve ser como é, protegendo nossa estupidez com o escudo das nossas crenças.
Filed under: Infância
Carlos!
Ouvi a menina gritar lá da cozinha e eu sabia que já era hora de tomar banho, eu sempre odiava o banho de manhã, não gostava não gostava era a coisa mais chata do mundo antes de ir pra escola, sempre eu tinha que parar de ver televisão para tomar meu banho. A menina veio da cozinha e eu não conseguia chamar ela de empregada de babá de nada só de menina, eu não sei nunca como se chama alguém?
Tava passando um desenho sobre mágica e todo mundo achava que sabia onde tava indo mas na verdade os certos sempre se enganam e os maus nunca descansam, sempre um olho aberto no canto, sempre uma coisa de cor diferente no fundo que você já sabe ai que vai se mexer, tudo é assim, eu acho, tudo você já sabe que vai se mexer, mas sempre tem surpresa, sempre fica esperando ai respira estranho e o peito fica quente. As coisas acontecem.
A menina veio e disse que minha mãe falou antes de sair que eu precisava ir mais cedo para a escola porque eu demorava demais andando e eu precisava ir tomar banho agora mesmo, eu não quero ir tomar banho, e gosto desse desenho de mágica, ainda tem o fim que eu quero ver!
Então vai logo tirando a roupa que eu vou pegar sua farda.
Mas se eu tirar a roupa, ai tem intervalo ainda vai aparecer gente na televisão de verdade e eu vou tá só de cueca não pode, eles vão me ver só de cueca!
Então entra no banheiro e tira a roupa, senão eu vou tirar ela na frente da televisão para todo mundo ver! Ela falava alto mas parece que ela tava rindo os olhinhos meio apertados, sei lá, achei que não era de verdade, ela parecia engraçada: você num tem coragem não, menina, eu sei que você não tem.
Foi só dizer?
Nãããão, não tira, eles vão me ver eu tenho vergonha, haha, eles vão me ver, não, me solta, não tira! Haha cócegas não, não tira minha roooupa, eu não quero ficar nu! Olha, eles tão me vendo, eles tão me vendo, eles tão olhando pra mim, minha cueca não, me deixa, eu tô nu a culpa é sua, haha, eu tenho vergonha, eles tão me vendo, me soooolta! Ela tinha tirado minha roupa toda e ido pro outro lado da cama do quarto dos meus pais, aquela cama grande que tinha gavetas embaixo sempre cheias de poeira, ela tinha tirado toda minha roupa nem de cueca eu tava, só ficava ali rindo, olhando para a televisão mas nem me tapando eu tava, respirei bem muito, minha cara ficou quente quente, eu ficava olhando pra tv, olhando pro meu pinto, olhando pra tv, olhando pro meu pinto: mulher de olho azul na tela.
Toma de volta sua roupa, peste, tá aqui sua cueca: toma.
Mas eu não quis minha roupa eu peguei a cueca no ar e ri bem alto feito doido e joguei pela janela, ela ficou muito braba, muito mesmo, mas eu queria a tevê me vendo agora, aquela mulher com o microfone na cara me vendo, eu queria aquilo tudo e logo tinha a escola, mas eu não queria escola nem cueca nem banho nem pai nem mãe nem tevê nem nada. Nem olho azul. Só mágica.
Ela pegou o controle, desligou a tevê. Ficou séria. Ela dobrou minha roupa, botou em cima da cama. Da cama dos meus pais.
Ai ela veio, me pegou pela mão, ela tirou a roupa todinha e entrou nua no chuveiro comigo.
/entre mídias (sejam sólidas, macias ou imaginárias), entre fotografias das nossas próprias ilusões nós nos defnimos. de dentro dos meios de contato e compartilhamento nós nos arremessamos em trens, balas, balanços e asas. sem imaginação. todos juntos no canto mais gutural dos circuitos cururus, das danações telefônicas. o caos é nossa urna preferida em exposiçãoWarning: This message may not be from whom it claims to Hundreds Less compare wallet! Visit Us Today! You are No(5)you won(1,000.000.00GBP)Contact: Elite fully available. se todo prédio é velho, se toda seta é preta, se todo arco-íris é insano, cães e gatos se propagando sob a éfige de mobília, tapetes de boas-vindas, infernos debaixo de hálitos frios e ventiladores que não alternam suas inúmeras intenções; haveria resposta para os crípticos caracteres da nossa sala de estarWe offer two messages was beginning to panic Gibbs (Germany) Free markettionses.ruREF:BT12052006/20CONGRATULATIONS!!!FDA PEOPLE PROMOTION Mrs. nossas escadas são longas e escuras, onde velhos conhecidos se sentam em degraus maliciosos espreitando o prazer troiano do próximo cigarro. os âncoras esperam as letras e as entonações enquanto todos se dedicam ao alimento do incansável botão de comandoGracenator)Company 2010promo.000,000.00 USD (OneWinning Ticket Direct Telephone Number……………………………NOBODY OR………………+234806SPDC8146117extremelya parafernália nos observa com seus olhos azuis, vermelhos e verdes. os chiados, ruídos, avisos, chamados; os canos, os intestinos, tudo frívolo e emparedado. discagem cascavel. o cobre afilado que revolve em torno do nosso sono também trasmite o perigo das chaves que abrem portas para salas indefinidamente seladas wideBATCH:15/623/UK. rs 100% geneCa fa nad wsSp_ecial in-tel.tender. n,atal d_epression _may turn o+ut toGreenbstrategy: firstlysobre os colossos fenestrados a coroa inusitada dos satélites. na ponta dos dedos o sangue mais mítico a nos unir. cliques, bipes e chiliques: a vida fruto de sua própria indústria
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